Como é viajar de moto em casal?

Decidir fazer uma viagem de moto em casal, sem data para voltar, sem dúvidas é uma prova de amor maior do que o “SIM” no altar. Viajar com seu parceiro é literalmente viver na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todas as 24 horas dos seus dias.

Assim é a nossa vida há 16 meses quando iniciamos o Projeto Journey2World. Mais da metade do tempo que temos de namoro se passou na estrada, vivendo essa aventura sobre duas rodas que é o sonho de nossas vidas: viajar, descobrir, aprender, fazer diferente, inspirar e fazer acontecer!

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O moto turismo em casal é muito mais intenso que uma viagem de férias. É compartilhar as novas paisagens e experiências, mas também é viver o dia a dia. É dividir tarefas e responsabilidades, é lidar com as adversidades e com o novo, como por exemplo, o idioma, a comida, os costumes. É se adaptar às frequentes mudanças, como dormir em uma cama diferente e estar em uma casa diferente a cada dia ou semana. É fazer amigos e acostumar-se com as despedias, é vencer a saudade, é dominar o emocional e o estado de espírito. Tudo isso em dose dupla, sabendo compreender, respeitar e apoiar seu parceiro nos momentos e nas reações dele.

Para iniciar uma aventura como esta é preciso que o relacionamento seja sólido, não em tempo, mas sim em convivência e parceria. Os objetivos tem que estar alinhados, o planejamento e as decisões devem sempre ser tomadas em conjunto. Pois se é para viver um sonho a dois, ambos tem que se sentir realizados.

Uma pergunta quase universal que recebemos é sobre as brigas. A resposta é simples: nós não brigamos. Mas não é porque somos perfeitos, e sim por entendemos que há melhores maneiras de resolver as coisas. Nós não concordamos sempre, somos extremamente teimosos, mas ainda assim a gente conversa e um acaba cedendo à ideia ou ao método do outro. No calor dos perrengues e das situações as vezes rola uma resposta atravessada, mas não demora para a poeira baixar e com humildade pedirmos desculpas. Afinal, estamos aqui para somar, queremos que tudo saia bem.

Quando vamos para a estrada eu pesquiso, faço cotação, planejo e traço a rota. Depois cada um arruma suas malas, mas colocar tudo na moto é tarefa do Rodrigo até porque ele é o piloto e sabe melhor distribuir o peso e fazer as amarrações. Fazer comida é comigo, adoro cozinhar, mas não importa se estamos em um hostel, na casa de alguém ou em um apartamento sozinhos, ele sempre me faz cia enquanto cozinho, e depois a louça é dele. A roupa suja eu, normalmente, coloco para lavar, mas é ele quem recolhe e dobra. Os filmes é ele quem escolhe, os eletrônicos também é ele quem coloca para carregar, porque eu uso até acabar. Mas sou eu quem não deixa faltar sabonete ou pasta de dente, porque se dependesse dele teríamos que pedir ao vizinho. Ele é o fotógrafo da viagem e faz os melhores vídeos, mas as filmagens e as inspirações para as legendas são minhas.

Já aconteceu de fazermos turnos ou atividades diferentes durante os voluntariados e assim passarmos algumas horas longe, e vou te falar: deu saudade!

Assim é viajar de moto em casal! É compartilhar sonhos, encher a bagagem de amor, preparar o psicológico e cair na estrada.

Vulcão Quilotoa - Equador

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